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O AMOR QUE PARTIU


O AMOR QUE PARTIU | DE NÓS DOIS

Tantas palavras foram ditas. Cartas foram escritas. Flores foram entregues. Mensagens e cartões enviados.


Será que foi tudo mentira? Ilusão? Era a pessoa errada?


Acredito que em muitos casos não tenha sido mentira. Tudo foi feito em um momento exato. Porém, depois de algum tempo, os sentimentos se organizaram. Passamos a conhecer e avaliar com mais profundidade aquilo que é essencial em relacionamentos duradouros e que, por vários motivos, não conseguimos antes identificar.


Enquanto os sentimentos vão se ajustando, passamos a meditar melhor em nossas posturas. Será que somos dominados pelo relacionamento ou somos dominadores? Não devemos ser nem um, nem outro. Precisamos ser um só, de mãos dadas, com a mesma essência. Amor não pode ser implorado, amor precisa ser recíproco.


É paradoxo, mas muitas vezes estamos sozinhos ainda que tenha alguém ao nosso lado. O milagre do encontro só acontece quando o amor não é solitário.


A infortúnio de um término traz dores quando projetamos em alguém as nossas aspirações, nossas esperas, nossos planos. Mas, tudo passa quando temos a sensibilidade de conversar com o tempo. De esperar com que todas as coisas se ajustem. Tudo passa quando esperamos que as feridas causadas no coração sejam cicatrizadas antes que cresçam com outros relacionamentos fora do tempo. O que dificulta a cicatrização é a angústia da solidão que nos fazem recorrer no erro do coração dolorido.


As dores que passamos por um amor não amado vão cicatrizar, mas é necessário passar pelo teste da espera. Precisamos cuidar melhor do nosso coração.


Muitas vezes nos apaixonamos por alguém e criamos um mundo só nosso, sem amigos, sem família, sem Deus. Parece que não existe vida sem a pessoa que chegou ontem e se apossou de sentimentos que foram facilmente entregues.


Claro que não é bom que haja afastamentos, mas a vida é feita de escolhas. Se terminou, assuma sua fragilidade e chore mesmo. É bonito chorar por alguém que partiu. É humano. Isso mostra que os sentimentos foram sinceros. Mas, existe o tempo certo, depois é preciso viver.


Acredito que a grande causa das desilusões amorosas sejam o medo de não ser amado. Acreditamos que enquanto não somos amados, não somos completos. Temos a necessidade de sermos amados em meio a um mundo alheio aos sentimentos humanos. Mas, primeiro, se ame! Não se aventure em novos relacionamentos antes que o tempo cure as feridas que foram abertas. Não maltrate o seu coração. Se recomponha primeiro. Deixe que Deus use o tempo para cicatrizar as feridas.


Existem pessoas maravilhosas que se enfeiam e se perdem na busca por ‘amores’ que fantasiem a solidão.


Relacionamentos passados foram escolas e escolhas. Grandes lições foram aprendidas, lições de amor e de dor, de sorrisos e frustrações. Tudo para o crescimento, amadurecimento e aprendizado, para que no próximo relacionamento – e provavelmente derradeiro – não sejam cometidos os mesmos erros. Precisamos permitir que as lições do passado deem significado à vida.


Amar só se aprende vivendo, amando e querendo. Não conseguimos impor ao outro a obrigação de amar.


Se ame. Converse com o Senhor do tempo. Cuide do seu coração. E cuidado com amores fantasiosos, talvez o tempo não te dê as mesmas oportunidades que um dia foram dadas. O tempo passa como um sopro e o coração é frágil demais para suportar cicatrizes que não têm tempo de serem curadas.

ISAAC IOSEPH | DE NÓS DOIS

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