top of page

A CRUZ... E EU COM ISSO?


De Nós Dois | A cruz... e eu com isso?

O plano perfeito

O prazer do Senhor em se relacionar conosco e em nos abençoar é infinitamente maior que o nosso em se relacionar com Ele. Deus tem prazer em se relacionar conosco.

Em nossas vidas existem dois projetos que se confrontam. Um deles é o homem querendo alcançar a Deus e neste projeto vale tudo para agradá-Lo. Vale deixar a família de lado, julgar o próximo, ser homofóbico, racista, perseguidor. O outro projeto é Deus querendo alcançar o homem, e neste projeto não vale tudo, só vale o amor, a graça, a misericórdia, o perdão dele.

No Éden, Adão perdeu o relacionamento com Deus. Ele passou a entender mais o mal do que o bem. Deus então colocou em ação o seu plano de enviar um Homem inocente para resgatar a raça humana.

Ao longo do tempo Deus vai mostrando ao homem o seu desejo de se relacionar com ele.

Deus então, se tornou um de nós para nos entender, perdoar os nossos pecados e ter um relacionamento ainda mais íntimo conosco.

Deus sempre quis ser nosso amigo, mas o homem se tornou tão depravado que Ele teve que enviar o Bem mais precioso que existia na Eternidade - Jesus - para que a comunhão entre homem e Deus fosse restaurada. Como foi possível amar-nos tanto? Nem os anjos um dia poderão entender - I Pedro 1:12.

E nós, o que temos com isso? Será que valorizamos na medida exata aquilo que Deus fez para ganhar a nossa amizade? Tem sido algo reciproco? Ou o que Jesus fez por nós não passa apenas de um atrativo a mais para nossa vida?

É incrível imaginar que o Deus todo poderoso fez de tudo para ser nosso amigo. Na verdade, quem deveria implorar pela amizade de Deus seríamos nós. Mas talvez Ele tivesse que sentar para esperar isso acontecer.

Jesus não somente se mudou para a terra, mas aquele que era Deus, se tornou o que nunca tinha sido antes: Um ser humano. Enquanto continuava a ser aquilo que tinha sido sempre: O Filho de Deus.



A Traição e a Última Ceia


Judas era o único NÃO GALILEU entre os 12 apóstolos. Era um dos mais dignos de confiança, o tesoureiro.

Ele foi ter com os chefes dos sacerdotes que, planejavam um modo de se livrarem de Jesus, matando-o, sem causar uma revolução durante a Páscoa. Judas ofereceu-lhes essa solução – “Quanto me dão por Ele?” – e a Bíblia diz que “Deram-lhe trinta moedas de prata, tiradas do tesouro do Templo (Zacarias 11:12).

O homem que tomou a forma de servo, de escravo, foi vendido e comprado pelo preço de um escravo, estipulado pela lei (Êxodo 21:32).

Judas não foi um fantoche usado nas mãos de Jesus, ele agiu conscientemente e mostrou que ele via Jesus assim, como um escravo. Durante a última ceia, os discípulos tinham perguntado: “Serei eu Senhor (quem trairá)?”; todos perguntaram , exceto Judas, que fez a pergunta: “Serei eu, RABI?”. Ele via Jesus apenas como um mestre.


“Como havia amado os seus, amou-os até o fim.” JOÃO 13:1.


Nesta última ceia, Jesus ainda lava os pés dos discípulos. Naquele tempo, era comum o uso de sandálias, e assim ficavam com os pés sujos, por causa das estradas de terra batida. Quando as pessoas entravam em uma casa, tiravam as sandálias em sinal de respeito.

Quando iam cear, um escravo lavava os pés da pessoa que se assentava à mesa. Como isso não aconteceu, Jesus tomou o lugar de escravo e lavou os pés dos discípulos, um a um, inclusive o de Judas. Depois partiram o pão e beberam o cálice.

Que Deus humilde é este? Um Deus que se curvou para lavar os pés dos discípulos; um Deus que nos olha do Seu trono e ouve nossas necessidades, apesar de sermos quem somos, pecadores e imperfeitos.

E por incrível que pareça, ainda nos colocamos na posição de senhores, como se ordenássemos, decretássemos, e Ele, como um escravo, fosse obrigado a nós atender.

É assim que enxergamos a Deus? Como Judas enxergou? É duro dizer, mas se o enxergamos assim, Ele não vale muita coisa, e a qualquer momento somos capazes de troca-lo por míseros prazeres desta vida.



A Prisão


Certo dia Jesus foi ao jardim do Getsêmani que, traduzido significa: prensa de azeite. Ali Ele sentiu a angústia da cruz. Ali Ele entendeu que a maior angústia do homem é estar longe do Pai – II Coríntios 05:21.

Jesus sabia que ia morrer dentro de algumas horas. Ele não tinha medo, mas à medida que a hora se aproximava, se tornava mais clara a implicação de levar sobre Si a poluição do nosso pecado. O sofrimento de Jesus não era somente o de saber que a cruz O esperava, mas sim o de saber que o pecado O afastaria do Pai. Mas Ele queria fazer a vontade do Pai que era: beber o cálice amargo do nosso pecado. O resgate do nosso relacionamento com Deus custaria a vida dele.

É interessante que, mesmo nessas horas de angústia, Jesus nunca se esqueceu dos discípulos – LUCAS 22:46.

Judas, como um discípulo, sabia onde o estava o Mestre e como combinado com os chefes dos sacerdotes, ele vai ao Getsêmani com soldados armados e saúda a Jesus: “Eu te saúdo Rabi”, logo depois o beija.

Os soldados queriam levar os discípulos que ali estavam, mas Jesus se coloca na frente deles e diz: “É por mim que vocês procuram. Deixai ir estes”. E então os soldados O prenderam.

Ali, Jesus profetizou a nossa liberdade. Ele mandou deixar ir a prostituta, o ladrão, o rejeitado, bem como todos os pecadores. Ele mostrou que o pecado era nosso, mas o castigo estava sobre Ele. No lugar onde havia uma prensa de azeite, o nosso Senhor partiu para ser moído por causa dos nossos pecados.


Que amor é esse?


E nós, o que temos com isso? Cristo nos libertou do pecado, nos deu vida, mas será que temos valorizado isso ou o que Ele fez ficou no passado, sendo lembrado apenas como encenação de semana santa?


Que Deus nos ensine a valorizar o sacrifício na cruz!



O Julgamento


O julgamento foi cheio de irregularidades e dividido em partes:

  1. JULGAMENTO RELIGIOSO

Primeiro Jesus foi levado a , o sumo-sacerdote nomeado pelos judeus. Já era meia-noite. Os chefes religiosos estavam com pressa, tinham que crucificá-lo antes da Páscoa.

Anás não quis pegar a bomba e mandou Jesus amarrado para , o sumo-sacerdote nomeado pelos romanos. Genro de Anás e que morava no mesmo palácio. Ele tomava as decisões.

O julgamento foi às escondidas, algo injusto. Ele foi maltratado, zombado, cuspido, esmurrado e tudo isso com os olhos vendados.

Aqui Pedro nega a Jesus, Jesus olha para ele e Pedro sai angustiado e chora amargamente.

Agora o julgamento vai para o , onde 71 membros se reuniam para legalizar as decisões dos julgamentos anteriores. Jesus não teve defesa. Declararam-no culpado de morte por razões religiosas, mas não tinham autoridade para a sua execução, uma vez que só os Romanos o podiam.


  1. JULGAMENTO CIVIL ROMANO

Então O levam a Pôncio Pilatos, governador romano da Judéia e de Samaria. Mas tinham então que mudar a acusação de ordem religiosa , os Romanos não dariam a mínima para isso.

Ao amanhecer, iniciou-se o julgamento civil, provavelmente antes das seis da manhã. Esse foi um julgamento público, na residência de Pôncio Pilatos, conhecido como Pretório.

PILATOS, POR 3 VEZES , DECLARA A INOCÊNCIA DE JESUS – LUCAS 23:4.


À noite, o sofrimento do nosso Jesus foi tão grande que Ele suou sangue.

Pela manhã, puseram a cruz nos ombros de Jesus. Ele passou a noite toda sem dormir. Nas últimas 12 horas foi traído por Judas, negado por Pedro, abandonado pelos discípulos, julgado em tribunais, zombado e sofrido nas mão dos romanos. Ele estava todo debilitado.

Tudo isso por mim, por você, por todos nós! E aí? O que temos nós com isso?

A crucificacão

O Gólgota (significa, “Lugar da Caveira”), era um lugar fora dos limites da cidade, pois os judeus não permitiam crucificações dentro da Cidade Santa.

A crucificação foi inventada pelos fenícios, mas os romanos adotaram-na e fizeram dela uma ciência exata. O seu propósito era o de humilhar. O homem era levado pelas ruas, carregando a cruz nos ombros. À sua frente ia um homem, que levava uma placa com o nome do condenado e o crime cometido. O homem crucificado era considerado indigno de partilhar a terra com outros seres humanos.

Por volta de 7hrs da manhã, a cruz é colocada nos ombros de Jesus.

Num certo momento, Jesus extremamente debilitado, não conseguia caminhar mais, então os romanos pegaram um homem chamado Simão e o obrigaram a levar a cruz até o local da crucificação.

Lembrando que Jesus estava todo debilitado por causa das agressões sofridas durante toda a noite.

No Gólgota Ele foi despido, ficando só com o pano de cingir os lombos. Depois foi pregado na trave da cruz. Há evidências que os pregos eram pregados nos pulsos. Um pouco depois, foi levantado com cordas ou escadas, para pregarem a trave transversal que já estava erigida. Os pés então foram pregados.

Ao ser crucificado, Jesus é colocado entre dois criminosos, terroristas, que tinham lutado contra os romanos.

Foi crucificado , cerca das nove da manhã do dia 14 do mês de Nisan. Esse era o dia em que segundo a tradição, se sacrificavam os cordeiros da Páscoa no Templo, à hora do sacrifício da tarde.

A crucificação era uma forma de morte muito lenta e dolorosa, parecia interminável. Afetava a respiração da vítima. Para poder respirar, a pessoa tinha que endireitar-se, fazendo pressão contra os pregos da trave horizontal e apoiando-se na minúscula plataforma debaixo dos pés. Logo depois a pessoa tinha que deixar o corpo descair novamente. A escolha era entre conseguir respirar, ou sofrer uma dor agonizante.

Apesar disso, as pessoas crucificadas, conseguiam sobreviver, às vezes durante dias, penduradas na cruz, até morrerem de exaustão e sufocamento. Além do mais, o peso do corpo deslocava os ossos. Também sofriam desidratação.


Embora, Jesus nunca tivesse mentido, nem enganado, sofreu o pecado de quem sofre e engana. Embora nunca tenha roubado ou matado, sentiu a vergonha do ladrão e do assassino. Ele sentiu a vergonha coletiva do mundo.


Durante a crucificação, era normal as vítimas gritarem e insultarem as pessoas que estavam a assistir. De fato, a razão pela qual os soldados romanos ofereciam vinho diluído com drogas era para as vítimas sentirem menos dor e serem mais fáceis de tratar.

Jesus foi totalmente diferente. Quando lhe ofereceram bebida, recusou-se a beber. Não quis evitar o sofrimento que experimentou por amor de nós. Apesar da dor e do sofrimento que teve, dedicou-se a pensar nos que estavam ali. Clamou ao Pai: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”- Lucas 23:34.

Os soldados romanos rasgam as vestes em 4 partes. Era o ato de mostrar que não havia qualquer herança terrena deixada a ninguém.

“Salvou os outros, e a Si mesmo não pode salvar-se”. “Se és o Rei de Israel, desce agora da cruz, e creremos Nele.” – Mateus 41-43. Os próprios chefes religiosos declararam que Jesus salvou outros. Ele é o Salvador.


Se Jesus tivesse descido da cruz, nós nunca teríamos a salvação.


Jesus ficou na cruz, não porque os pregos O prendiam, mas porque O Seu amor por nós O manteve ali – Max Lucado.


Se quisesse, podia ter pedido ao Pai, a qualquer momento, que O libertasse da dor, da vergonha e do escárnio.

Deus podia tê-lo salvo, mas amou-nos demais para poupá-lo. Isaías diz: “... ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-O enfermar...” Isaías 53:10.


Na hora da maior dor e sofrimento, ainda cuidou dos que estavam perto. Pela fé em Jesus , aquele criminoso morreu no lugar da Caveira, mas ressurgiu no Jardim de Deus.




Está Consumado


Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas cobriram a terra. Cerca das três horas da tarde, Jesus clamou em alta voz, em Aramaico: “Eloí, Eloí, lama sabachthani”.

O que fez o sofrimento de Jesus muito diferente dos outros foi o fato de, para além do sofrimento físico, emocional e psicológico, o Seu sofrimento ter sido de natureza espiritual.

Essa era a hora do sacrifício da tarde. Jesus não foi um mártir, não morreu por qualquer grande causa, mas morreu como o Cordeiro da Páscoa, o sacrifício pelos nossos pecados.

Naquela hora, quando o nosso pecado estava sobre Jesus, o Pai virou o rosto. Aquele que é inteiramente Santo, não podia olhar para o Filho com misericórdia. Jesus estava separado do Pai. Por toda a Eternidade tinham tido sempre prazer na companhia um do outro, mas o nosso pecado mudou tudo.

Jesus então pronuncia as palavras mais intensas do Seu ministério: “ESTÁ CONSUMADO.” - 19:30.

Ele não disse: “Estou consumado”, mas, “Está consumado”. Ele não morreu por exaustão, mas por uma entrega voluntária da Sua vida. O sofrimento acabou. Jesus bebeu o cálice da ira divina até à última gota.

Imediatamente o véu do templo se rasgou. Esse véu estava pendurado no Templo para separar o Lugar Santo do Lugar Santíssimo. Durante séculos tinha simbolizado a barreira entre Deus e o homem. Era da grossura do punho de um homem. Tão pesado que se caísse sobre alguém, mataria imediatamente.

Hebreus 10:19-22

O rasgar do véu, mostrava que, Deus estava a dizer que a utilidade do Templo, havia chegado ao fim. Deus não falaria apenas através de sacerdotes ou em templos, mas à partir de agora , Ele estaria acessível a todos os homens. O homem se tornou morada de Deus.

Todo o processo usado por Deus para reatar os laços de amizade entre Ele e os homens, estava consumado, com apenas um ‘porém’: Manter essa amizade, agora dependeria apenas do homem.




A cruz... e eu com isso?


Isaías explicou que Jesus foi “...ferido de Deus e oprimido.” - Isaías 53:4, mas também explicou o propósito pelo qual Ele foi ferido: “...verdadeiramente Ele tomou sobre Si as nossas dores e enfermidades...” - Isaías 53:4.

A morte não surpreendeu Jesus. Jesus surpreendeu a morte. Ele escolheu morrer. Nasceu com esse propósito – João 10:17-18.

A morte de Jesus na cruz, nos justificou, nos redimiu, nos libertou das garras do pecado. Deus fez de tudo para ter de volta a amizade que um dia Adão perdeu. Ele quis ser nosso amigo.

A MORTE DE JESUS NOS REDIMIU – redimir é o mesmo que ser libertado pelo pagamento de um preço. Era usada no mercado de escravos. No tempo da igreja apostólica haviam muitos escravos. É possível que muitos irmão da igreja fossem ou tivessem sido escravos. Essa palavra tinha muito significado para eles. Era a alegria de um escravo ao ser liberto.

Agora somos escravos de Cristo. Mas como escravos Dele, encontramos a liberdade. Não é difícil servir a Jesus porque Ele é um Senhor que nos ama. Quando compreendemos que nos amou, a ponto de dar a Sua vida por nós, temos prazer em servi-Lo. Podemos deixar de servi-Lo a qualquer momento. Ele não está interessado em um serviço prestado com má vontade.

Porém, em todo este processo descrito, existe um segredo: a salvação só começa em nossas vidas quando podemos ir, mas decidimos ficar. O sacrifício de Jesus na cruz nos libertou, mas não nos obrigou a ficar ao Seu lado. Podemos deixá-lo a qualquer momento, mas quando decidimos aceitar a Sua amizade, teremos uma prova nova de amor a cada dia.

O processo que Deus usa para atrair o homem é o amor Dele e este amor foi demonstrado na cruz!

Diante de tudo o que foi visto o que eu farei?

  1. Eu não posso anular o sacrifício de Cristo através de outras doutrinas – sessão do descarrego, purgatório, etc.

  2. Como devo viver aqui nesse reino? Alegrando Àquele que morreu na CRUZ por mim.

  3. Qual a minha missão? O sacrifício de Jesus na cruz me libertou para que eu proclamasse para o mundo que Jesus morreu, ressuscitou, está vivo e só temos salvação através Dele.

  4. Qual o meu alvo? O Reino, Eternidade. Estar com o Cristo vivo!

  5. Eu só posso viver, cumprir minha missão, estar na Eternidade e viver para sempre com Cristo porque Ele morreu na CRUZ por mim.


Usarei as palavras de Pôncio Pilatos: O que faremos de Jesus? Amar ou rejeitar? Ser amigo ou inimigo? Anular o Seu sacrifício buscando outros meios de chegar a Deus ou aceitar o que foi feito na cruz e sermos atraídos pelo amor de Deus?


Eu só posso viver, cumprir minha missão, estar na Eternidade e viver para sempre com Cristo porque Ele morreu na CRUZ por mim. A nossa vida só tem sentido quando entendemos isso. Só teremos plena alegria e comunhão com Deus quando entendermos a mensagem da cruz, que é: Cristo morreu por nós quando ainda éramos pecadores.




Isaac Ioseph

bottom of page